Salas com muitos alunos prejudicam o desempenho de quem tem dificuldades para aprender. Turmas muito pequenas reduzem o convívio, o que também não é bom |
Professor de Matemática há 12 anos e diretor de uma escola particular da capital paranaense, Gidel Laureano Messagi explica que a superlotação é uma medida de economia adotada por algumas instituições. O raciocínio é simples: mais alunos na mesma sala aumenta a receita sem aumentar o gasto com professores. “Os pais precisam verificar se o valor da mensalidade de determinada escola não é mais baixo em função do número de alunos por sala. É preciso equalizar ensino de qualidade e bom preço”, alerta. Messagi afirma que na escola que dirige há no máximo 25 alunos por sala, em turmas de ensino fundamental (1ª à 8ª série) e médio.
O excesso de alunos não é um problema exclusivo da rede privada. De acordo com a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP Sindicato), Marlei Fernandes de Carvalho, a maioria das turmas de ensino médio da rede estadual tem 45 alunos, enquanto a meta aprovada em abril pela Conferência Nacional da Educação (Conae) é de no máximo 30 estudantes para essa etapa de ensino. A Conae discutiu este e outros temas da educação brasileira, do ensino infantil à pós-graduação. Do encontro saíram diretrizes para um novo Plano Nacional de Educação, com objetivos a serem perseguidos pelo governo entre 2011 e 2020.
Segundo a professora de Matemática Claudiovane Parralego de Aguiar, que dá aulas na rede municipal de Curitiba e na rede estadual do Paraná, nas turmas grandes é mais difícil diagnosticar e sanar as dificuldades de cada estudante. “A correção individual dos cadernos fica difícil. É preciso fazer uma correção coletiva, o que com certeza interfere no aprendizado do aluno”, afirma.
O outro lado
Turmas muito pequenas também podem prejudicar a formação do estudante, como explica Ângelo Ricardo de Souza, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Paraná (UFPR). “A escola não é só um espaço de transmissão de conhecimentos, também tem a função de colocar jovens e crianças em convívio, porque é dessa forma que o estudante aprende limites”, afirma.
Ele cita o caso da Escola Municipal Melvin Jones, de Londrina, que foi incluída em um relatório de 2004 coordenado pelo Ministério da Educação sobre instituições públicas com condições de qualidade. Na época, a menor turma do colégio, uma sala de primeira série do ensino fundamental, contava com apenas sete estudantes. “Uma professora reclamava que tinha dificuldades de estabelecer determinadas atividades de ensino com a turma”, conta.
De acordo com a diretora atual da escola, Telma Andrade de Carvalho Pitta, de lá para cá o colégio foi ampliado e recebeu mais estudantes. Hoje as turmas têm cerca de 20 alunos. “A vantagem de uma sala bem pequena é que você pode sentar ao lado da criança com dificuldade de aprendizagem. A desvantagem é que há menos interação em sala”, diz a professora Cyntia Ruiz Lozano Oliveira, que está há 14 anos na instituição e acompanhou as mudanças. Para a professora Maria Lúcia Tomasi Carli, em turmas um pouco maiores, como as que existem hoje, é possível estabelecer parâmetros de comparação do trabalho das crianças.
fonte:http://www.futuroeventos.com.br
E A NOSSA REALIDADE COMO ESTÁ?
Nenhum comentário:
Postar um comentário