Mestre ou Tirano?
O Mestre que compreendeu a sua missão humana não reprova o aprendiz, aprendeu que a escola não foi idealizada para reprovar, mas para ensinar.
O Mestre que construiu significados para a sua missão sabe que conteúdos não significativos que “da” ao aprendiz, não representam futuro ou vida, são apenas informações “dadas”. O mundo é repleto de informações, e nele, quem não foi bem na escola poderá encontrar caminhos para ser DEZ na vida.
O Mestre que acredita que a sua matéria é a “coisa” mais importante para o aprendiz, precisa conhecer o outro lado da vida que mostra o oposto desta forma de pensar, exemplo: “Einstein, reprovado em gramática, sua vida era a Física”, “Chaplin, reprovado em exatas, e sua vida era a Arte”, foram brilhantes, deixaram marcas e exemplos para a humanidade.
O Mestre aprovado na escola, profissionalmente é reprovado pela sociedade como pessoa a ser respeitada pela especificidade do conteúdo que ministra, prova é o seu salário e conseqüentemente sua qualidade de vida.
O Mestre que só transmite informações e conteúdos sem significá-los ou, não significativos para o tempo do aprendiz, não tem valor para a vida humana, para construção de sentimentos, de solidariedade, de cidadania. Para ser respeitado e lembrado deve formar pessoas e para isso o conteúdo é apenas pano de fundo, verdades provisórias que amanhã poderão deixar de ser verdades. O que hoje o Mestre ensina, amanhã poderão ser falsas verdades que causaram reprovações humanas.
O Mestre que se humanizou entende que reprovar o aprendiz, por não conseguir memorizar ou reter determinadas informações, É ATO TIRÂNICO.
A reprovação, da pessoa, na escola, porque não foi bem em Química, Física, Matemática etc., diz a experiência, a Psicologia, a Antropologia, a Sociologia e as pesquisas educacionais, não ajudará o aprendiz em nada, só deixará marcas que dificilmente o tempo apagará.
Os castigos endurecem e embrutecem a pessoa. A reprovação escolar destrói a auto-estima do ser em construção, deixando lembranças amargas da escola e da pessoa que se dizia mestre, que não foi capaz de acolher as falhas que todo ser humano tem.
O Mestre que nasceu para ensinar (e não só para receber salários) recupera o aprendiz que não aprendeu e não o reprova.
Você é mestre ou tirano? Professor ou travestido de professor? Prefere ensinar ou castigar, acreditando que o castigo é o caminho para aprender e ser feliz.
Pobres mortais que condenam a reprovação o aprendiz porque não foi capaz ou não estava pronto para aprender.
Claudio Castro Sanches
"Se quiser colher em curto prazo, plante cereais; a longo prazo, plante árvores frutíferas; mas se quiser colher para sempre eduque uma criança."
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